RCP Radio Clube Penafiel 91.8 FM Penafiel

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Dá-me o teu dinheiro ou abro-te um buraco nas tripas. Força. Dispara. Vá lá. Dispara! Vá lá! Tudo bem? Quase. Quase? O que é que isso quer dizer? Ele não queria entregar o dinheiro. Tive de disparar! E ele está jogos Só o feri. Atingi-o no ombro. Quanto dinheiro é que tinha? Cinquenta mil. Atirei a pasta ao mar. Isso foi bom. Isso foi muito bom. E agora? Comprei-te um bilhete para Bordéus. Para quando? Hoje. Às h. Já? Hoje? Cada segundo que ficas em Brest é perigoso. Agora tens dinheiro. Podes cuidar de ti. Cinquenta mil devem chegar-te por algum tempo. Tenho tanta sorte por me teres ajudado, Querelle. Sabes? Esquece. Ainda tens de ter cuidado para não te apanharem. Posso confiar em ti para manteres a boca fechada se fores apanhado? Claro que podes. Os polícias nunca conseguirão arrancar-me nada. Nunca ouvi falar de ti, sequer. Bom, é melhor ir-me embora agora. Pois, acho que é melhor. Lamento por isto, companheiro. A sério. Gostei de ti. Também gostei de ti. Mas voltaremos a ver-nos. Nunca te esquecerei. Dizes isso agora. A vida passa depressa. Já me esqueceste. Nem penses, pá. Não mesmo. Não sou desse tipo de gente. A sério? Não me vais esquecer? Se digo que não, sabes que não. Engraçado como nos tornámos bons amigos. Fomos amigos desde o início. Espero que nada te aconteça. A amizade de Querelle por Gil desenvolveu-se até ao limite do amor. Tal como ele, Gil tinha matado. Ele era um pequeno Querelle por quem Querelle mantinha um estranho sentimento de respeito e curiosidade. Como se ele estivesse perante o feto de um Querelle bebé. Queria fazer amor com ele porque acreditava que a sua ternura seria fortalecida por isso. Porque ficaria mais intimamente ligado a Gil, que, então, se ligaria mais intimamente a si próprio. Mas não sabia como fazê-lo, já que, tendo sempre sido fodido, não sabia como foder um tipo. Um gesto tê-lo-ia envergonhado. És querido, sabias? Porquê? Deixas-me beijar-te assim sem te queixares. Porque haveria? Disse-te que és meu amigo. Isto não te incomoda, pois não? Não. Tens de ser o meu amigo especial para sempre. Estás a perceber? Sim. E vais sê-lo? Sim. De um qualquer modo obscuro, Querelle entendeu que o amor é voluntário. Temos de querê-lo. Quando não amamos homens, deixarmo-nos foder pode dar-nos prazer mas para foder homens, temos de amá-los, nem que seja apenas no momento em que os fodemos. Por isso, se ele ia amar Gil, teria de desistir da sua passividade. Querelle tentou. Meu amigo. É uma pena não podermos ficar juntos para sempre. Mas voltaremos a ver-nos. Para estarmos juntos como aqui jogos Gostaria disso. A visão da solidão, para a qual o amor deles tinha evoluído, aumentou o seu amor por Gil. E sentiu ser tudo para ele, o seu único amigo, a sua única família. Nunca amei um rapaz. És o primeiro. Verdade? Verdade. Gil tinha-se finalmente resignado ao outro crime. A pouco e pouco assumiu a responsabilidade pelo homicídio do marinheiro. Olá. Queres alguma coisa de mim? Depende. De quê? De ti. Tenho uma dica para o Mário. Mas tens de prometer-me que não dizes a ninguém de onde veio. A ninguém. Nunca. Entendido? Prometo-te. É tudo o que posso dizer. Isso serve. Podes dizer ao Mário jogos que o polaco jogos o tal Gil Turko jogos vai estar no comboio que parte para Bordéus às h. Tchau. “Querelle tinha celebrado uma espécie de pacto tácito com o Maligno. Não lhe prometeu nem o seu corpo nem a sua alma, mas outra coisa também tão importante. Um amigo. E o amor deste amigo santificaria o seu crime. É nosso dever expressar o que há de universal num fenómeno particular. Já não falamos mais de uma obra de arte. Porque uma obra de arte é livre.” Mas amado pelo Querelle, eu seria amado por todos os marinheiros em França, porque o Querelle é um compêndio de toda a sua masculinidade e virtudes naïves. Se desejo autoridade, este admirável modelo que evoca o amor e o medo, então tenho de despertar um sentimento por esta autoridade no coração de todos os marinheiros. Eles deviam amar-me. Quero ser o pai deles e feri-los. Marcá-los-ei. Odiar-me-ão. Frente à sua miséria permanecerei impassível. Mais e mais o sentimento de poder perfeito preencherá o meu ser. Tendo conquistado a minha compaixão, serei forte e triste quando considerar o meu disfarce patético. Sei que nunca deixarei o Querelle. Toda a minha vida será dedicada a ele. Bom dia. Quando sofro, não consigo acreditar em Deus. Em sofrimento, só posso contar comigo no infortúnio pelo qual tenho de agradecer a outra pessoa. Sempre soube que eras um assassino! Vá lá! Apunhala-me! Temos de agradecer a Jesus sermos capazes de glorificar a humildade pois Ele fez dela o signo do divino. A divindade nas nossas profundidades mais recônditas jogos Por que razão deveríamos renunciar a violência deste mundo? Se esta divindade deve confrontar a violência, então tem de ser forte se deve alcançar a vitória. E a humildade só pode nascer da humilhação. Porque senão, não é mais do que vaidade. Afasta a tua navalha. Bom dia, Tenente. Bom dia. O que posso fazer por si? Teria a bondade de me acompanhar à esquadra? Com certeza. Por que razão? Quero que olhe para um suspeito.



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