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o teu Branch Rickey. Eu cuido de ti. Mas há limites. A responsabilidade vai ser tua. E só tua. Obrigado pela oportunidade, meus senhores. Cybill Shepherd. Adorei-a em “A Última Sessão”. Não vi. Não gosto de filmes a “preto e branco”. O que achas? É uma actriz fantástica. Estás doido? Sabes que querias papar aquilo. Ando à procura de um “escuro”. É contigo. Dá-me o cadastro do “escuro”. Maurice Smalls. Já que estás aí, vai buscar outro. Tippy Birdsong. T-I-P-P-Y. Posso ajudar-te? Dá-me um minuto, por favor? Senta-te. Sargento Trapp, Chefe Bridges, vou directo ao assunto. Quero ser um detective infiltrado. No Departamento de Narcóticos? No que acharem melhor. Acabaste de chegar, caloiro. Acho que posso ser uma mais-valia. Achas mesmo? Sou jovem. Há um nicho para mim. Tenho de estar onde me enquadro. Tens-te em grande conta. Faço o que for preciso. E detesto a sala de cadastros. Bem Acho que os cadastros são bons para começares. Caloiro. Chefe, quer que eu faça a barba? Até posso cortar a afro. Não, deixa estar. Gosto do visual. Preciso do cadastro de um “escuro”. Estás surdo? Disse que preciso do cadastro de um “escuro”. Não há escuros aqui. Desculpa? Disse que não há escuros. Há seres humanos. Diz-me os nomes e eu trago o cadastro. Pensas que és uma grande mas não passas de um peido. O nome é Steven Wilson. Fui respeitador Agente Escuro? Estou? É o Bridges. Estás a dormir? Sim, chefe. Fiz o turno da noite. Mudei de ideias, hoje entras mais cedo. Tenho uma missão para ti. Ao meio-dia em ponto, no Departamento de Narcóticos. Sim, senhor. Leva roupa casual. Obrigado. Horas? Jimmy, o caloiro atrasou-se. Estás atrasado, caloiro. Desculpem, não volta a acontecer. Temos pouco tempo, por isso serei rápido. O radicalista negro, Stokely Carmichael, vai discursar esta noite em Bell’s Nightingale. O Carmichael é uma antiga figura influente dos Black Panthers. Para mim, o director do FBI, J. Edgar Hoover, tinha razão quando disse que os Black Panthers são a maior ameaça interna à segurança dos EUA. Este palhaço do Carmichael, ex-Panther ou não, dizem que tem o dom da palavra. Não queremos que venha afectar as mentalidades da boa comunidade negra de Colorado Springs, apelando à revolta. Ron, a tua missão é estares presente esta noite, infiltrares-te no seio destes subversivos e vigiares a reacção ao discurso do Carmichael. Estás pronto? Já nasci pronto. Eu não estou. Esta coisa pode dar para o torto? Sim. O que faço? Segues o plano. Qual é? Improvisa. Como no jazz. Como no bebop. Não é uma rusga. Só queremos sacar informação. E se alguém te oferecer um cigarro de marijuana? Um charro? Sim, uma ganzinha. Desculpem “Mano, já estou com a moca da vida. Topas?” Já topei. Podes crer. Se alguém te apontar uma arma? Pode acontecer? O cano de uma na cara. Dedo no gatilho. O que fazes? Mano, tira-me isso da frente. Paz, amor e soul. Ainda tens a arma apontada. Amenizo as coisas. Falo calmamente, com firmeza. Saio dali o mais depressa possível. Com calma. Nós estamos lá fora à escuta. Entendido? Entendido. Vou indo. Vamos a isto. Como estás esta noite, irmã? Podemos ajudar? Estou muito bem, irmão. Não o conhecemos. Hakeem, para de me puxar. Vai ser uma noite formidável. Sem dúvida. Já ouviste o irmão Kwame? Quem? Kwame Ture. Sim Não, na verdade. Não sabia que tinha mudado de nome. Depois de ir viver para África, adoptou os nomes de Kwame Nkrumah, do Gana, e de Sekou Toure, da Guiné, em homenagem aos grandes líderes. Isso é fantástico. Sabes como veio parar a Colorado Springs? A União dos Estudantes Negros da Univ. do Colorado convidou-o. Estou a topar. Fazes parte da União? Sou a presidente. Estou a falar com a presidente? Estás, sim. Formidável, mana. Comprei bilhete. Posso passar à frente na fila, já que te conheço? Ninguém passa à frente. Espera na fila. Vemo-nos lá dentro? Lá dentro, irmão. Senhora presidente. Podes crer. e o nosso poder negro! A União dos Estudantes Negros da Univ. do Colorado tem a honra de convidar a vanguarda dos revolucionários que lutam pelos direitos dos negros de todo o mundo. Vamos mostrar o nosso amor ao grande, ao único, o nosso irmão com um plano para fazer frente ao homem branco. Uma salva de palmas para o nosso Kwame Ture. UNIÃO DOS ESTUDANTES NEGROS DA UNIVERSIDADE DO COLORADO Obrigado à irmã Patrice e à União dos Estudantes Negros. Quero agradecer a todos vocês, os meus estimados irmãos e irmãs negras, por terem vindo esta noite. Mas vim aqui para vos dizer que está na hora de deixarem de esconder a vossa herança negra. Está na hora de deixarem de esconder a herança negra. São estudantes universitários. Sim. Devem pensar. Está na hora de entenderem que, enquanto comunidade intelectual deste país, devem definir a beleza do povo negro. Isso é poder negro! Faço-vos uma pergunta. A beleza é definida por um nariz pequeno? Lábios finos? Não! Pele branca? Não! Claro que não! Claro que não! Porque vocês não têm isso. Os nossos lábios são carnudos. Os nossos narizes são grandes. O nosso cabelo é volumoso. Somos negros e somos belos! Sabem Queremos ser iguais aos brancos que nos oprimem neste país. E por eles nos odiarem, e por nos envergonharmos da nossa herança africana, odiamo-nos a nós próprios. Não estão a ouvir-me. Estamos, sim. Conhecem o Tarzan? Vou confessar Quando eu era pequeno, ia às matinés de sábado ver os filmes do Tarzan. E o Tarzan branco espancava os nativos negros. E eu gritava no cinema: “Mata essas bestas!” “Mata os selvagens! Mata-os!” “Mata-os! Mata-os!” Mata-os! Mas o que eu dizia era “mata-me a mim”. Como se um menino judeu visse os nazis a levar os judeus para os campos de concentração e os aplaudisse. Hoje, quero que os nativos dêem uma tareia a esse Tarzan e mandem aquele branquela de volta para as cavernas da Europa. Apoiado. Apoiado. Mas isso leva tempo. Leva tempo para nos libertarmos das mentiras e dos seus efeitos nefastos na mente negra. Leva tempo para refutar a maior das mentiras: os negros não conseguem fazer as mesmas coisas que os brancos. A menos que um branco os ajude. O Poder Negro também significa que devemos unir-nos e organizarmo-nos na procura de uma base para lutar contra o racismo.



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